diferentes culturas - as máscaras (1)

Seguindo no assunto das diferenças culturais (que diga-se de passagem, vai dar pano pra manga nesse blog).

Todos os brasileiros estavam de cara com os russos. "Cara, eu trabalho contigo, que história é essa de não cumprimentar?". Eles falavam que era assim todos os dias. Mas o que que é isso, pensei eu? Eu pensei que era só comigo, porque era nova por lá e eles não tinham nem idéia de quem eu era. Não, era sempre igual, e com todos.

Aí a gente começa a tentar explicar tudo. Tenta pensar na história que os caras tiveram, tenta pensar no que eles passaram com um governo que marcava cerrado, pensa isso, pensa aquilo e acaba dando desculpa que nem nós acreditamos mais, mas... vamos lá, estamos tentando entender.
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Passam-se meses e eles não modificam. Eles continuam exatamente igual. Preciso dizer que tem exceções, mas não são muitos, de vários que trabalham no circo. Não podemos esquecer que muitos estão com suas famílias, mulheres, filhos... e que não deixam de ser igual.

Pensei comigo: vou fazer de tudo isso um teste. Me coloquei a prova pra ver "qual é que era". Primeiro de tudo: comecei a modificar meu jeito "toda simpatia" de ser. Porque? Pq isso poderia estar sendo o "choque" com eles. Se tem uma coisa que aprendi com as milhas que percorri foi: quer conhecer uma cultura? Pois faça parte dela, entre nela e tente captar o que vês com os olhos deles, e não com os teus.

É mais ou menos como cantar. Eu tento conhecer a história daquela música, ver em que época foi criada, por quem, qual situação, para poder interpreta-la melhor. Com as pessoas de outras culturas é a mesma coisa. Uns olham para as árabes cobertas por seus véus, durante o verão e dizem: calor! eu olho e digo: cultura! E foi a isso que me propus: vou tentar me aproximar deles a medida que eles forem abrindo caminho. Eu e o Fabri falávamos muito sobre isso, a sorte é que, por nossa experiência de estar há dois anos vivendo fora do Brasil, tínhamos a mesma visao e a mesma idéia sobre o assunto.

Me lembro que um dia alguém comentou com a gente sobre todo esse lance com os russos. Essa pessoa estava P*$%· da cara. O Fabri falou: Che, eu entendo o que tu me dizes, mas tenta entender o lado deles... já pensaste que cada vez que tu passas por eles e abre aquele sorrisão para cumprimentar eles devem pensar: "olha esse cara aqui todo se abrindo, deve estar querendo me comer!" e era isso mesmo! quero dizer, não sei se era isso que eles pensavam, mas era como se fosse! 

essa história CONTINUA na próxima postagem (que é a de cima :) ...

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