Eu ia falar sobre uma garota chata que vive no pé do meu marido, enchendo o saco com gracinhas e e-mails sem necessidades. Poderia falar também das fofocas que fazem a meu respeito ou daqueles que atacam com suas mentiras. Quem não tem um Karma destes na vida?

Como eu já não tenho mais saco pra dar corda para esse tipo de coisa... Resolvi falar sobre o Suflê de Chuchu.

Por que?

Porque lembra minha família. Lembra minha infância quando entrava em casa e sentia aquele cheirinho de gratinado que me levava as alturas, tanto na casa das minhas avós como na minha.

E estas pessoas todas, que fazem parte da minha vida, são mulheres e homens de uma garra impressionante. Minhas avós, avôs, minha mãe, pai e irmão são lutadores e, principalmente: pessoas honestas, com um caráter magnífico.


A vida, para elas, nunca se apresentou fácil e certeira, mas sempre, apesar de todas as dificuldades, vibraram com suas vitórias e aprenderam com suas decepções e perdas (e assim continuam). Mulheres e Homens que sabem reconhecer a queda e dar a volta por cima. Dificilmente perdem o sorriso, estão sempre cheios de palavras para nos confortar, muitos ensinamentos e também algum silêncio, para que nós, filhos e netos, possamos aprender com nossas próprias vivências.

Até hoje me lembro da frase que minha mãe me disse quando meu primeiro relacionamento terminou : "meu amor, a única coisa que eu queria te dar agora era a sensação que vais ter daqui um tempo, a certeza que outras pessoas viram e que o mundo não terminou aqui, mas não adianta eu falar nada disso, porque tu só vais acreditar quando viveres. Agora só posso ficar te abraçando e dizendo o que todos dizem ´vai passar´". E não é que passou? Mãe sabe tudo... Depois disso meu pai me levou até a beira do rio para falar sobre os relacionamentos e aprendizados com eles. Pai também sabe tudo... Depois a gente vai aprendendo com a vida.

Dessas pessoas com garra que vim. Nunca vi nenhuma delas derrubando alguém para subir ou ganhando algo a custa dos outros.

Para as pessoas do bem: minha alma está aberta. Para aquelas que insistem em viver na escuridão, envio: luz, paz e a receita do Suflê de Chuchu. Quem sabe o cheiro de gratinado ajuda a esquentar uns corações, como sempre esquentou o meu?

Receita tirada do Cyber Cook:
350 gr de chuchu amassado(s) 
2 unidade(s) de gema de ovo 
2 unidade(s) de clara de ovo em nevever vídeo 
100 gr de Queijo Ralado 
1 colher(es) (sopa) de margarina  
1 xícara(s) (chá) de leite 
1 colher(es) (sopa) de amido de milho 
quanto baste de pimenta-do-reino branca 
1 colher(es) (café) de sal
MODO DE PREPARO
Coloque o chuchu e os demais ingredientes no liqüificador (menos as claras) bata bem. Retire e coloque em uma vasilha e envolva as claras delicadamente.
Unte uma forma para suflê com margarina coloque nela a massa e leve ao forno quente até que você espete um palito e saia firme.

Para minha família, com amor.
FOTO: by Fabi - Marrocos, 2008

X-men e seus poderes

Ontem fui assistir ao filme X-Men. Não sou uma "seguidora" do X-men, assim sendo, meus comentários serão sobre os personagens, porque da história eu pouco conheço.

Os filmes com personagens com "extra" poderes sempre me pareceram longe da realidade... Há os que cospem fogo, os que podem voar, os que sobram vento tão forte capaz de fazer um tornado, os que podem se transformar em um animal ou até mesmo em outras pessoas, há os que sobem pelas paredes com suas super garras e há os que podem ler pensamentos.

Ontem, depois de uma avalanche de efeitos especiais, saí do filme pensando no título (e nas possíveis traduções): X-MEN = ex-homens. E mais, pensei até que ponto estes efeitos todos são mesmo "especiais" e estes poderes são mesmo "ficção". Depois de 15 minutos quieta no táxi, olhei para o Fabri e Ene e disse: "vocês notaram que o filme mostra algo tão distante da realidade, mas ao mesmo tempo tão perto?" Eles me olharam e ficaram esperando uma explicação mais complexa, para entender meu pensamento.

Segui: "O filme mostra, de maneira simbólica, a realidade de pessoas que são ´ex-Homens´ (X-Men) cheios de super poderes. Agora pensem: isso nada mais é que nossa realidade. Pensa um pouquinho e olha ao redor: vocês podem identificar alguém que ´cospe fogo´ com sua fala? Lembra daqueles que machucam pessoas com suas colocações? e aqueles políticos que, com aprovação de uma lei podem sobrar vento e fazer um tornado na vida das pessoas? ou mesmo aqueles chefes que se acham no direito de tudo e saem por aí pisoteando as pessoas? e aqueles que se transformam em animal para conseguir o que querem, aqueles que vestem diferentes máscaras para passar por cima de todos?

Quando alguém tem o poder de dizer: ´ATAQUE´e assim bombardear uma cidade, está cuspindo fogo. Alguém que dirige o carro bêbado ou em alta velocidade tem a certeza de grandes poderes: o de fazer o mal não só a si, mas a pessoas inocentes ao redor. Onipotência é essencial em dose saudável porque quando atinge alta dosagem pode ser fatal.

Esse filme não tem nada de ficção, pelo contrário, é realidade: pura, crua, jogada na nossa cara por uma tela gigante de cinema. Existem os X-men bons também, mas é uma luta constante entre o bem e o mal. Poderes, todos temos, a questão é saber usar-los.

E eu que fui no cinema para relaxar e distrair a cabeça, acabei sendo nocauteada pela tela, antes mesmo que terminasse o filme. Não sou uma romântica endoidecida, mas sou uma pessoa que, de grande poder, o que tenho é meu sorriso e criatividade (o que me permite uma boa dose de romantismo). Os grandes poderes estão nas coisas simples e criativas, estes também podem modificar realidades. Assim sendo, outra maneira de pensar sobre o título é: X-Men= extra-Homens. Agora podemos falar daqueles que não deixaram de "Ser Humanos" para conseguir o que querem. Pessoas que tem um "extra", algo especial, mas que ainda "São Humanos". Tenho certeza de uma coisa: o grande poder do sorriso desconcerta os Ex-homens!

Vais sobrar um tornado para derrubar uma casa, ou uma brisa para refrescar uma tarde quente?

Agora a decisão é tua. Tu vais usar teus poderes para ser um Ex-Homem ou um Extra-Homem?

Fotos By Fabi(1) e Fabri(2) - El Nido, Filipinas, 2011.

mais Selos!

Queria agradecer do fundo do coração pela homenagem e pelos dois presentes recebidos do amigo Canata:
Escritos desvairados é um blog muito legal, cheio de novidades e sensibilidade, vale a pena passar por lá para conferir!
Muito Obrigada pela lembrança e pelas trocas de leituras que estamos fazendo!
Grande abraço!!



Aos blogueiros de plantão

CA, 2010 - by Fabi
Hoje queria escrever para todos aqueles amigos que fiz aqui na internet através do blog.
Vocês já se deram conta da importância destes blogs nas nossas vidas?

O blog tem me dado a oportunidade de conhecer poetas, sonhadores românticos, sonhadores indignados, gente do bem, e criaturas de uma sensibilidade e criatividade sem tamanho.
Gente que doa um pouquinho (ou muito) de seu tempo para compartilhar sua arte com "desconhecidos".

COMPARTILHAR.

O nome do meu blog não é brincadeira! Eu vivo num circo, eu literalmente fugi com o circo! E exatamente por viver mudando de cidade o tempo inteiro é que fica difícil ter meus amigos pertinho. E que falta eu sinto disso. Das trocas de pensamentos, das trocas de idéias, das trocas de sorrisos e papo-cabeça. Os blogs têm sido uma companhia especial, de pessoas especiais, que não conheço pessoalmente, mas fazem parte da minha vida e já tem seu cantinho aqui.

Quando alguém escreve uma poesia, um comentário ou posta uma imagem, está compartilhando algo tao íntimo e tao profundo que é impossível não "sacudir" nossos pensamentos e emoções.

OBRIGADA, amigos, pela companhia diária, por ajudarem a construir e organizar certos pensamentos emprestando suas palavras, suas imagens, seus vídeos e, principalmente, obrigada por fazer meu dia melhor com sua imaginação, criatividade e simplicidade.

Escrevendo, publicando, compartilhando, estamos todos perpetuando algo importantíssimo: a criatividade.

Cada poema, cada escrito que lemos nos inspira mais para o que vamos escrever e criar.
É um ciclo, e não podemos parar!

Obrigada a todos que, com sua arte e delicadeza, ajudam a melhorar o mundo.
Nos pequenos gestos, nos pequenos poemas, com tanto a dizer e fazer pensar!

San José, CA. 2010. by Fabi

Selos!

Que surpresa ótima tive ontem, quando entrei no blog e tinham dois selinhos esperando por mim!
Que felicidade! Querido POETA INSANO me presenteou com dois!!
Um amigo novo por aqui que venho para ficar, vale a pena visitar seu blog!
Muito obrigada, Poeta!!
Que bom ter a companhia destes meus amigos virtuais!
Sempre que eu ganho um selinho eu fico com olhos de criança quando ganha um presente que tanto esperava!



O que pode ser pior que o racismo e o preconceito?
O racismo vai além da falta de respeito com a etnia.
As pessoas não se dão conta como elas estão sendo profundamente racista em pequenas atitudes.
Quando algo nos é negado por alguma condição (seja branco, negro, violeta, brasileiro, mulher, homem, trabalhador...):
É racismo.
Quando nos colocam como parte de um grupo para ter a desculpa de dizer: 
- NÃO, tu não podes. ou NÃO, tu não tens o direito
É racismo
É triste ver coisas como essa acontecendo, mas, 
me alegra saber que, 
eu sou a que está sendo discriminada, e não a que está discriminando.
Envio paz e muita sabedoria
para aqueles corações que insistem em pensar que uns são melhores que outros.
Ou melhor: que os seus são melhores que os outros.
O mundo precisa de mais líderes e menos chefes!


Um dia, trabalhando numa Escola de Educação Infantil como Psicóloga, estava na minha sala escrevendo documentos e, de repente, uma da aluna de 5 anos, coloca a cabeça pra dentro da sala e pergunta: "Tia Fabi, o que que é alma?". Confesso que fui pega de surpresa, naquela vida corrida de adulto, preenchendo papelada, fazendo diversas coisas... e do nada, BUM: Uma pergunta tão simples e tão complexa! 


Tive que parar e organizar meus pensamentos no tempo recorde de 5 segundos, enquanto a buscava na porta para ficar mais perto e, então explicar algo tão delicado. Usei pouco da teoria aprendida na faculdade, e muita dose de poesia, de carinho, de desenhos infantis... E de alma, para poder explicar a pergunta daquela pitoca tão curiosa. Perguntei primeiro de onde havia surgido essa pergunta ( já sabia que sua mãe havia morrido, alguns meses atrás). Ela me respondeu o seguinte: 

"É que algumas pessoas disseram que a alma da minha mãe continua viva e que apenas o corpo morreu. Eu posso ver ela? Eu posso falar com ela? Mas afinal, o que que é alma?" E aí foi uma explicação, falando dos sentimentos, falando do amor, e com o máximo cuidado de não criar a ilusão que ela poderá ver a mãe outra vez, porque era isso que ela pensava.

Já paraste para pensar que justificamos a ausência de pessoas queridas com a presença de suas almas? Então, porque alguém perderia sua alma, quando ainda está aqui?

Quando vi o vídeo, as primeiras coisas que chamaram a atenção foram: o consumismo, a criança que andava sozinha pelas ruas, o roubo da alma. Ainda tinha que falar da música que nós, facilmente estimulados por sua suavidade, nos colocamos com aquela cara fofa esperando as "peripécias" de Alma. Até que, de um segundo para outro, tudo muda. Aparece a ansiedade e a perturbação. Algo que era tão simples para algo tão forte.

Eu pensei em muita coisa... No consumismo: louco, endoidando as pessoas. Eu repensei sobre os roubos de alma. Eu ainda penso na criança que estava sozinha. 

Sobre o consumismo: Pessoas na busca constante por algo, "algo que tenha a cara do grupo que eu vivo, algo que esteja na moda, algo que me faça sentir parte de algo, o corpo perfeito, o dinheiro...". Que algo é esse? A busca constante no exterior. Já vi muita gente virar boneca. Gente bonita que fica feia. E não falo de beleza física, falo da beleza de ser, simplesmente, uma pessoa feliz. E não várias (pessoas=grupo). 

Falo disso porque não vejo alegria quando as pessoas alcançam aquilo que queriam. Não estou, de maneira alguma, levando a bandeira do "não consumismo", não é isso. Estou, apenas, levantando uma faixa de alerta para aqueles que precisam daquele "algo" para ser feliz. Da dependência: se tenho isso, estou feliz. Bonecas deste mundo louco, que não se permitem um pouco de paz se não a constante busca do que (não) existe fora.

Sobre a solidão das crianças: quando falo em criança, a coisa é mais delicada. Respeito os pequenos e os escuto com toda minha atenção. Sei o quanto é importante o olhar para uma criança, nem que seja para transmitir o simples "estou aqui". O famoso Bullying nada mais é que o grande sintoma social da falta do olhar e respeito às crianças. No meio deste turbilhão mundial elas nascem sem pedir e, muitas, crescem pedindo, pedindo tudo. Pedindo atenção. Em quase todos os pedidos é apenas atenção que elas querem. Sem isso elas ficam presas. Presas a bonecas, presas a deboches de amigos, presas a falta de olhares.

Os apelidos, as brincadeiras com as crianças, sempre existiram. Mas antes elas sabiam se defender. Desde cedo estavam na rua jogando, pulando, batendo figurinha, aprendendo a ganhar e perder. Agora elas ficam nos computadores, sem convívio social, e a primeira piada que escutam na escola, desmorona o pequeno ser. (outra vez: os computadores são essenciais, mas como tudo: dose moderada. E sim, as escolas tem que estar mais atentas aos alunos, assim como os pais. O bullying sempre existiu, mas tem piorado, e é a esse crescimento que me refiro :)

O mundo mudou e muda muito rápido.  
E nessa jogada, alguns se perdem.
Aqueles que conseguiram salvar a criatividade e o olhar: compartilhem e dividam! O mundo precisa disso!
As crianças precisam disso!
Cuidado, Alma! 

Fonte da terceira imagem


Essa é apenas uma das mil maneiras para interpretar este curta :)

Cuidado, Alma!


A objetividade e a subjetividade desse curta me encantam.
Simplicidade e complexidade juntas.
Muita a coisa a dizer, muita coisa a pensar e a repensar.
Depois escrevo o que penso, o que repensei e o que estou pensando. 
Primeiro o curta.

Written and Directed by: Rodrigo Blaas 
Produced by: Cecile HokesMusic: 
MastrettaArt Director: Alfonso BlaasLighting 
Supervisor: Jonatan CatalánCharacter 
Technical Supervisor: Jaime Maestro
Character Design: Bolhem Bouchiba, Carlos Grangel,Sergio Pablos, Santi Agustí
Animation: Daniel Peixe, ManueBover, Remi HuesoSound 
Design: Tom Myers and David Hughes
Post Production Coordinator: David HerasSpecial Thanks: Keytoon, Next Limit, UserT38
Vídeo retirado de VIMEO

Sunshine Award


Ontem tive uma grande surpresa! Estava lendo os comentários da última postagem que fiz, e que alegre fiquei ao ler a mensagem da MARILENE dizendo que havia um selinho para mim em seu blog! Abri um sorrisão e parecia criança... afinal de contas, criei este blog há mais de uma ano mas comecei a trabalhar nele em Fevereiro. Foi aí que comecei a encontrar pessoas de talento nato e de linda sensibilidade. 

A  MARILENE do blog Momentos Fragmentados, é uma delas. Cada vez que passo para ler suas atualizações, me alegro mais por a ter encontrado. Palavras e sentimentos não lhe faltam para escrever uma bela poesia ou simplesmente falar do cotidiano. Obrigada querida, por tuas palavras, por compartilhar tua criatividade e pelo selinho. 

Segundo as regras do Prêmio Sunshine Award, eu devo indicar 12 blogs para serem agraciados com o mesmo, mediante simples tarefas:

1ª - Agradecer a quem lhe enviou
2ª - Escrever um post sobre ele
3ª - Mencionar no post os blogs selecionados
4ª - Avisá-los sobre o recebimento do mesmo

Segue então, a lista de blogs que envio este Prêmio:

Lia Tansini: Conversa Fiada
Fernanda Barcelos: "...e no meio da fuga..."
Palavras do Osho: Palavras do Osho
Aline Machado: Amor e Caos
Talita Oliveira: Coisa de Menina

Eu queria enviar o selo para Marilene e para Vera Lúcia do Recanto do Sol mas como elas já o possuem, e a idéia é compartilhar, deixo aqui meu beijo e apreciação pelo trabalho delas! Sigo a partilha!

Obrigada, um beijo a todos!
Lendo diversos blogs, percebi que muitas pessoas já escreveram sobre a cópia de posts e idéias de suas páginas. Confesso que nunca tinha passado por este problema, mas que surpresa não tive quando li posts com as mesmas estruturas que os meus. Além de ler posts com textos "um pouco modificados" de autores conhecidos, e os caras-de-pau se passando por eles.

Eu ia escrever algo apenas sobre pessoas que copiam textos e idéias de outras. Mas não vou. Já que estou estudando Educação e Criatividade, resolvi falar sobre estes temas. Vou dar outro enfoque para o mesmo assunto: um enfoque mais produtivo, mais CRIATIVO, ajudando aqueles que copiam a buscar a criatividade que há dentro deles. Vamos fazer disso um processo de ensino-aprendizagem, porque DESENVOLVER A MENTE é importante para todos.

Pesquisei no lugar mais simples e rápido o que é Criatividade: a WIKIPÉDIA, (isso para aqueles que não sabem, é a referência do lugar onde pesquisei, o que seria de boa educação todos usarem). Aí está o comecinho:

A) "o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)

B) "criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974)

C) "criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965)

D) "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)


E) "um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística"(Amabile, 1983)

Agora lê as frases acima e marca as letras que tu reconheces como teu. O teu texto é autônomo? Ele resulta num produto novo e apropriado, ou é uma cópia de algo já existente? É único? Mostra TUA sensibilidade a um problema, ou a de outros? É original? Mostra algo que você descobriu? Ou vai dizer que descobriu o Brasil também? Não, porque aí a coisa já partiu pra psicose.

Se você não marcou nenhum "X" nos itens acima, é porque a coisa tá feia: TCCP em alto nível pode levar a fragilidade emocional crônica, a falta de sorrisos e insatisfação com sua própria vida além de uma incômoda sensação de vazio. 

Dicas para deixar que a criatividade brote: 
Deverias ler mais livros, passear no Jardim Botânico ou qualquer parque com bela natureza, ir a museus e teatros, ver mais filmes sul-americanos e europeus que americanos (isso é super importante), encontrar os amigos, prestar atenção nas coisas simples da vida e conseguir admirar, andar de bicicleta e fazer mais exercícios, ler blogs originais (sem copiar)... tudo isso ajuda muito no processo criativo. O mais importante: fazer tudo sem a pretensão de ter uma idéia genial no final do passeio ou do filme, porque isso não acontece assim.

Dicas do que NAO fazer para que a criatividade possa brotar: 1) tente ao máximo não olhar para o outro como se você tivesse tido a idéia primeiro que ele. Pessoas com falta de criatividade costumam olhar para o que o outro criou e dizer: "eu já tinha pensado isso". CRIAR é pensar e fazer, aliás, a parte mais difícil da criação é colocar tua idéia em prática, porque muitas vezes na hora da prática precisa-se de muita criatividade. Claro que podes sair por aí tendo mil idéias sem as colocar em prática, compartilhar. 2) Pare de olhar para a vida dos outros e olhe mais para sua. Cuide de ti, pare de olhar sempre os outros como inimigos e como se tudo que fizessem é errado 3) Dependência: as pessoas com TCCP tem sempre desculpa para tudo o que NAO fizeram, e é geralmente culpa de um terceiro que interrompeu seu caminho. 4) Disputa não é o canal.

Queridas pessoas com TCCP: A vida é muita mais bela quando nos colocamos como parte ativa dela. Ser autor de seu próprio pensamento é algo que trás uma felicidade imensa! Ninguém precisa ter idéias homéricas para ser um ser criativo. Quer um exemplo simples? Para mim, o brasileiro que consegue sustentar sua família com um salário mínimo, é um ser criativo. Meu pai me ensinou a montar meus brinquedos quando não podíamos comprar, a ser honesta e etc... Minha mãe me ensinou a criar paródias e lutar por causas justas quando íamos para a marcha dos professores do estado, na luta por um salário digno. 

Pessoas normais, sem pretensão nenhuma pela fama ou qualquer coisa a mais, pessoas que sabem criar na necessidade: isso para mim é criatividade. Algo que jamais perderás se és sensível. 

Em um livro de Daniel Goleman, que se chama El Espiritu Creativo, ele fala sobre os estágios do processo criativo: 1) Preparação: o momento em que encontras o problema, pensas e o tenta resolver; 2) Incubação: depois de pensar todas as possibilidades de solução, etapa de "digestão" de toda informação que reuniste; 3)Sonhar acordados: permitir que o inconsciente trabalhe, "cozinhar os pensamentos em fogo lento" sem forçar o aparecimento de nada. Aqui que entra uma boa caminhada, uma conversa com amigos, um teatro, relaxar. 4)Iluminação: "com sorte, a imersão e o sonhar acordado levam a iluminação quando de repente aparece a resposta como saída do nada". Para completar, Goleman afirma o que sempre pensei: A resposta, a solução que encontraste não é um ato criativo, a etapa final é a tradução, quando pegas a idéia e transforma em ação".

Uma boa educação também previne o TCCP. Desde pequeno saber que o que não é seu: não é seu e o que é do colega: é do colega. Se todos soubessem isso desde criança com certeza não teríamos muitos TCCP. Respeitar pequenas “leis” do bom convívio, não pensar que tens sempre razão... E aí vai.

Então, meu queridos, para aqueles que o chapéu couber: invista um pouco mais em si e, principalmente, acredite mais em si! A criatividade é imensamente prazerosa! Busque seguir estas dicas e, quem sabe, de TCCP crônico, você pode passar para TCCP agudo, ou terminar com todos seus sintomas!

Para aqueles que o chapéu couber: não percam a chance de desenvolver, nunca! A criatividade está aí, cutuca que ela sai :) 
Busca inspiraçao aqui e nos meus blogs amigos (Conversa Fiada, Visio, TPM, Diário Feminino, Recanto do Sol, Coisa de Menina...) todos com imensa criatividade!


PS: imagens desta postagem tiradas da internet, sem referência encontrada.

4 pessoas

Apesar de sempre escrever meus textos, quando li este, nao pude deixar de postar. Palavras certas para o momento exato!

Era uma vez quatro pessoas que se chamavam TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO acreditava que ALGUEM é que iria executá-lo.

QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM o fez. ALGUEM ficou aborrecido com isso, porque entendia que a execução do trabalho era responsabilidade de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia executá-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO não o faria.

TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando NINGUÉM Fez o que QUALQUER UM poderia ter feito!

autor desconhecido. 
(imagem da internet)

sentir-se em casa

O melhor de viver em turnê é ter a chance de conhecer culturas e lugares incríveis. Por outro lado temos os aspectos negativos, e um deles é a falta do "sentir-se em casa". Sabe aquelas coisas simples e tão cotidianas, tipo:  saber onde ir se queres comer aquela comidinha especial, saber que aquela padaria tem pãozinho quentinho em tal hora, saber pra quem ligar se o cano estoura, saber o nome das ruas de onde vives, saber falar a língua local, ter uma costureira de confiança, um dentista, uma ginecologista... e assim por diante.

Eu não tinha me dado conta do quanto nossa mente acaba criando estratégias para que possamos desfrutar um pouco deste sentimento, mesmo não estando "em casa". Algumas delas: tentar freqüentar o mesmo supermercado, alguns restaurantes próximo ao hotel, conversar com os quitandeiros, as donas da padaria e mercadinhos (eles têm sempre ótimas dicas!). 

Seul é uma cidade especial. Uma metrópole pesada, com milhões de pessoas pelas ruas, cada um vidrado no seu celular e as caras fechadas para os estrangeiros. Não são de muitos sorrisos e adoram empurrar os outros no metro. Arrisco-me a dizer que isso deveria virar esporte nacional: "Empurrão de pessoas à distância".
O "sentir-se em casa" aqui é quase impossível! A tia da quitanda, a caixa do supermercado, a dona da padaria, não falam inglês e tampouco tentam se comunicar com a gente. Eles ficam muito nervosos por não saberem a língua. O resultado é: comunicação zero.Claro que não são todos, mas a maioria.
Aos poucos a gente tenta encontrar uma maneira de se comunicar com eles, porque sim, precisamos em algum momento nos sentir em casa.

Uma maneira que encontramos foi ir na churrascaria brasileira toda semana. Não costumamos fazer isso porque adoramos provar comida local, mas a falta de comunicação tem sido tão difícil, que nos resultou buscar um lugar onde alguém nos entendesse. Lá nos sentimos em casa, conhecemos todo mundo e eles nos conhecem!

Lembro que um dia cheguei e a dona (uma coreana) me perguntou "Vais querer TUA coca zero?". Eu olhei pra ela com aqueles olhos brilhando de criança e, sorrindo, disse: "Sim, eu quero". Depois o garçom venho com a carne e falou "Mal-passada, né?". Pronto, outra vez meus olhos saltaram: "Sim, sim!" Isso é “sentir-se em casa”! Com os brasileiros é sempre mais fácil, mas a dona que me surpreendeu!

Mas minha maior surpresa aqui aconteceu essa semana, na verdade, duas surpresas. A primeira em um restaurante que como três vezes por semana. Eu cheguei, pedi meu noodles e eles trouxeram junto uma porção de dumplings. Eles não falam uma palavra em inglês, e eu tentei dizer "não, eu não pedi isso", e ele fazia cara de quem me oferecia. Eu aceitei e comi, pensando: "qualquer coisa eu pago no final". Primeira surpresa: era realmente um brinde! Por eu comer sempre ali, eles me ofertaram! Outra vez, saí do restaurante com o mesmo sentimento! Ai que delícia!

A segunda situação foi num bar onde como sushi. Eles sempre trazem os rolinhos com um pouquinho de molho de soja. Toda vez eu peço mais molho. A última vez que fui a garçonete largou a bandeja na mesa e, antes que eu pedisse, ela apontou para o pratinho do molho e disse (eu acho, porque era em coreano) "peraí que já vou trazer teu molhinho". Ai que coisa boa isso!! Ela fez carinha de vó quando sabe o que a neta gosta! Ela e eu ficamos sorrindo uma pra outra como quem diz: "agora já nos conhecemos bem!". 

Está semana foi de surpresa nos restaurantes coreanos. Esses pequenos atos de reconhecimento do outro me fizeram mudar minha visão quanto a essa cultura. Também ajudou a aliviar a interminável angústia de querer ir embora daqui. Depois de quase três meses, partimos na quarta.

Hoje falei pro Fabri: "Tu notaste que há uma semana a cidade está menos barulhenta, menos pessoas nas ruas e mais calma?"
Ele disse que não. 
E eu acho que sim. Quem sabe por que eu, por estes dois pequenos atos (que me surpreenderam) estou finalmente, me sentindo em casa. 
Não confortável, porque é difícil se sentir confortável aqui, mas já posso reconhecer e ser reconhecida.

Coisas da vida louca que temos. Sentimentos que se mesclam com nossas constantes mudanças de cidade e incessante adaptação a tudo.
Mas os olhares e gestos dos dumplings e do molhinho me mostraram que tem muito a descobrir por aqui!
É a vida, nos surpreendendo a cada instante!