uma comida coreana

Logo que chegamos em Seul fui provar uma comida típica e bem popular daqui, a "bibimbap". É esse mesmo o nome: "bibimbap", nao ri!! :) (adoro comida exótica, como de tudo!)

Nesse dia eu estava sozinha, passeando num mercado e encontrei um centro de informaçoes turísticas. A moça me indicou uma ruazinha com bons restaurantes locais e onde os cardápios têm foto (essencialmente importante neste país porque tudo está escrito em coreano). Fui para um deles.

Chegando lá tinham umas 5 mesas ocupadas apenas com senhoras coreanas. Elas estavam em duplas, quero dizer, cada mesa tinha duas coreanas amigas com seus 70 anos. Pedi o cardápio com minha incrível linguagem dos sinais e logo venho a comida. O Bibimbap é um mix de muitas coisas. Nessa era: arroz em baixo, e em cima diferentes vegetais separados em suas porções, um molho vermelho no meio e um ovo frito em cima.
Comecei a provar vegetal por vegetal, uns eu gostei, outros não dava para tragar, assim que ótimo, como eles já vinham separados, comia uns e outros não. Fui comendo o ovo e arroz aos pouquinhos. Sinceramente, neste dia meu estômago não estava dos melhores.

De uma hora pra outra as duas senhoras amigas coreanas que estavam do meu lado direito começaram a falar alto, alto e quase gritando. Eu olhei pra elas e, quando vi, elas estavam apontavam para mim e falando com a garçonete. Eu pensei: “que está acontecendo?”. E as senhoras: “ Xing xangô xaxim tai mi pajo xinxim xantem!”.

E eu “que?”. Não deu dez segundos as outras duas amigas coreanas que estavam no meu lado esquerdo, também começaram a falar o : “Xing xangô xaxim tai mi pajo xinxim xantem!” Quero dizer, o mesmo não sei, mas os gestos eram iguais, por isso digo o mesmo.
Não bastando uma das senhorinhas do meu lado esquerdo levantou, veio até o meu lado e começou a fazer uns gestos e a falar coreano! Aí eu comecei a pensar que eu estava fazendo alguma coisa muito errada, porque o restaurante todo olhava pra mim e as senhorinhas falavam comigo como se eu fosse fluente em coreano. Eu com aquele sorriso amarelo não sabia onde me meter.

Eis que chega a garçonete e a senhorinha que estava do meu lado mostra a meu prato de comida pra ela. Eu não sabia mais o que pensar: “o que tem aqui dentro, ai!!” ou “eu estou fazendo alguma coisa que vai contra a cultura deles, só pode ser, o restaurante inteiro está olhando pra mim!!”.

A garçonete olha pra mim, pega os “palitinhos” (talheres) da minha mão, pega meu prato, corta o ovo em pedacinho e mistura todos os ingredientes, com força, para que aquele monte de coisa virasse uma coisa só. Agora, imagina a minha cara de babaca olhando pra ela e pensando “vou ter que comer tudo agora, inclusive aquilo que não gostei?”, foi inevitável.   

Quando ela termina o massacre da minha comida, ela ri pra mim, sai para atender outra mesa. Bem de trás dela estava a senhorinha da esquerda que, com um sorriso de alívio, olha pra mim e fala algo em coreano que só poderia ser: “viu, agora é bem melhor, assim que é para comer, tem que misturar tudo!”.

As duas senhoras da direita também olhando pra mim felizes e repetem a mesma coisa (eu acho) “viu, agora é bem melhor, assim que é para comer, tem que misturar tudo!”...

E eu? Eu olhei pra comida, olhei pras senhorinhas da esquerda, olhei pra comida, olhei pras senhorinhas da direita e, não sabia se chorava ou se ria. Resolvi rir, rir da situação toda que se criou! Rir pras senhorinhas da esquerda e da direita que “tanto me ajudaram” ou pensavam que estavam me ajudando. Mas minha vontade mesmo era de chorar ao pensar que teria que comer aquela coisa toda misturada com aquele molho vermelho picante e os legumes que não tinha gostado. Iéca!!!

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